quarta-feira, 23 de maio de 2012

O Rei Poeta - Leitura e escrita



Rei dos Pássaros-Manuel Casimiro

Rei dos Gatos - Micael Sousa

Rei das Aranhas - João Araújo

Era uma vez um menino sonhador que gostava de escrever poemas. O menino chamava-se Dinis e era filho do rei D. Afonso III. Certo dia, inesperadamente, o rei morreu. Então, Dinis, com apenas 18 anos, tornou-se D. Dinis, rei de Portugal.

O reino organizou uma grande festa para comemorar a subida de D. Dinis ao trono. Eram muitos os convidados e todos iam vestidos a rigor. Os homens levavam lindos chapéus e as senhoras usavam coroas, com imensos brilhantes. Os chapéus eram todos muito engraçados e tinham sido feitos para a festa do rei poeta. Um deles tinha vários pássaros coloridos, com asas prateadas. Um outro chapéu tinha gatos amarelos e cor de laranja e havia um que também era bastante animado, era azul e prateado e tinha algumas aranhas.

A festa decorria num ambiente alegre e tranquilo e os convidados preparavam-se para se sentar a almoçar. De repente, acontece o inesperado. Os pássaros do chapéu esvoaçaram em direção ao teto do grande salão do castelo, onde decorria o almoço. Vendo os pássaros a voar, os gatos do outro chapéu precipitaram-se sobre os convidados, correndo a grande velocidade atrás das aves. Com toda aquela confusão as coitadas das aranhas não puderam continuar tranquilas no seu chapéu e fugiram com todas as suas patas. Perante esta situação D. Dinis teve uma ideia brilhante: levantou-se e começou a declamar um poema sobre animais, que tinha escrito alguns dias antes. Assim, os pássaros e os gatos, quando ouviram aqueles versos, esqueceram a correria e voltaram rapidamente aos seus chapéus. As aranhas, essas caminhavam tão lentamente, e o salão era tão grande, que não conseguiram voltar ao chapéu e ficaram, para sempre, no castelo a construir teias.

Grupo2

Texto redigido pelos alunos do grupo 2, a partir da leitura do livro “Era uma vez um rei poeta” de José Jorge Letria e dos chapéus criados pelos discentes em Expressão Plástica.

Os três chapéus na festa das flores - leitura e escrita



 Rainha das Andorinhas - Débora Correia

Rainha do Coração de Espadas - Catarina Rodrigues

Rei dos Cavalos - Filipe Gomes


Era uma vez uma menina chamada Anita, que vivia no Alentejo. Anita vivia na Aldeia das Flores, onde, uma vez por ano, era realizada a festa com o mesmo nome, a “Festa das flores”. Todos os anos, a festa reunia milhares de pessoas.
Há cerca de dez anos, todas as crianças da aldeia quiseram desfilar no cortejo. Para isso, os meninos, com a ajuda dos pais, construíram carros alegóricos. A Anita decidiu fazer uma chaleira japonesa, enquanto a sua amiga Cláudia construiu um helicóptero. Os meninos enfeitaram as suas bicicletas e formaram o grupo dos “Ciclistas de São Cristóvão”. As crianças apanharam flores junto do rio e depois cobriram os seus carros alegóricos. Todos eram muito coloridos e originais!
Enquanto decorria o desfile, o público assistia e aplaudia alegremente. Todas as senhoras que assistiam ao cortejo usavam chapéu. Cada um era diferente dos outros, mas eram todos lindos. Também o avô Nicolau, que conduzia o seu calhambeque com a ajuda do Pantufa, o cão da Anita, usava um lindo chapéu. Era uma cartola colorida, com um cavalo branco de olhos azuis e crina cinzenta.
A mãe da Anita também tinha um chapéu muito bonito, com um ninho de andorinhas. De repente, ia o cortejo a meio da avenida, a andorinha do chapéu voou livremente no céu azul. Todos olharam com espanto a ave que, num voo muito rápido, arrancou, com o seu bico, um coração que decorava o chapéu de uma outra senhora. A andorinha foi junto do senhor Nicolau e entregou aquele coração ao cavalo da cartola do avô. Muito rapidamente, o animal saltou do chapéu e começou a galopar, acompanhando o desfile a trote. No final, o cavalo foi beber água numa das chávenas japonesas da Anita.
Foi uma linda festa, muito especial, pois a andorinha conseguiu dar vida ao cavalo branco, dando-lhe um coração forte e valente. A partir daquele desfile, a andorinha e o cavalo participaram sempre no cortejo da Festa das flores.


Texto escrito pelo Grupo 3 tendo como base a leitura do livro “Anita na festa das flores” e os chapéus criados pelos alunos em Expressão Plástica.
Grupo 3

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Apreciação escrita da História de Bernardete Costa




Depois de lermos conjuntamente a versão da história das máscaras Sassai e Nirumbé redigida pela professora Bernardete Costa, ficámos encantados com a sua criatividade.
A escritora decidiu transformar os construtores das Máscaras - David e Raúl – em personagens e especiais como o Feiticeiro de Oz e o Mago Merlim, respetivamente.
Na sua opinião, Sassai e Nirumbé eram muito amigos, namoradinhos de fresco. Ela era a Sassai e ele o Nirumbé. O casalinho resolveu participar no desfile de Carnaval, mas Sassai sofreu um acidente no meio da confusão, o que deixou o Feiticeiro de Oz muito triste. Merlim conseguiu segurar Nirumbé, até que a chuva que caiu, inesperadamente e destruiu o seu rosto.
Finalizando, a história não teve o final mais feliz, mas o sol regressou para animar os mágicos Raúl e David.

Grupo 5

SASSAI E NIRUMBÉ - escritora Bernadete Costa





Sassai e Nirumbé eram muito amigos, bom, diremos até mais do que amigos, namoradinhos de fresco, acabadinhos de sair das mãos de artista de Raúl e David, meninos especiais e dotados para as artes. Sendo estes meninos especiais, também o eram porque possuíam poderes mágicos: Raúl encarnava a personagem do fantástico mago Merlim, e David vestia a roupagem do incrível Feiticeiro de Oz, ainda que a residirem no sonho da sua criatividade. Eles elaboraram um casalinho de máscaras muito diferente das restantes que, seguramente, haveriam de formigar pelas ruas da cidade de Viana do Castelo, no dia de carnaval, soalheiro, por certo.
Compete aqui esclarecer que Raúl e David, respectivamente, o mago Merlin e o feiticeiro de Oz nos seus sonhos, já cá se mencionou, fizeram nascer aquelas máscaras com muito amor. Um amor que abrasava o céu, beijava o vento… Lindo, não é?
Assim de imediato as máscaras foram batizadas: ela, Sassai,  e ele, Nirumbé.
Obviamente, como grandes mágicos que eram, as suas máscaras ganharam vida própria logo após o seu nascimento, não esquecendo, como já se aperceberam, a parte sentimental, amorosa… Nas mãos dos nossos amigos, diziam as máscaras uma para a outra, “agora que te encontrei não pretendo separar-me de ti”; saiba-se que as máscaras haviam rejeitado, veementemente, serem separadas como pretenderam os seus criadores. Uma por esta rua, outra por aquela…. Dirá quem aqui me lê, “o amor não é fácil para ninguém”, não sejamos pessimistas, pressagio eu.

Retomando o início da nossa história, um casal de máscaras, namoradinhos de fresco, acabara de sair das mãos talentosas de Raúl e David, heróis virtuais em seus sonhos de criatividade e imaginação.

O dia de carnaval despertara quente, por isso, propício à brincadeira e ao desfile pelas ruas da cidade, aliás, como o boletim meteorológico havia previsto e, ainda bem, desta feita, não se enganara. Diremos mais, um dia com cheiro intenso a sol!
No princípio, o casal de máscaras chocou um pouco o grupo das outras, porque todas bem aperaltadas com laços e fitas, bocas de cereja, cabelos de fogo frisados, etc, etc, etc…
Entretanto, o desfile começou. Sassai e Nirumbé riam-se a não poder mais, imaginem, com o medo que pregavam ao susto! E as pessoas, com olhares enviesados como se dissessem, “esquisitas máscaras, diferentes, nada bonitas…”
A certa altura do divertido dia, com aquela grande confusão carnavalesca, Sassai tomba da mão de David. Cai, rola um pouco pelo chão… e perde-se da vista do menino que grita: Sassai, Sassai!…
Nirumbé, por sua vez, amarra-se com firmeza à mão do seu criador, deixando deslizar um olhar triste e lacrimoso pela rua a fervilhar de multidão, nunca mais avistando Sassai.
O feiticeiro de Oz, como quem diz David, ainda pensa recorrer aos seus dotes de mago dos sonhos, mas ele está muito acordado no momento; mira Nirumbé que cabisbaixo deixa morrer o sorriso que se transforma num esgar de dor, uma cicatriz de tristeza a riscar o seu rosto de papelão às cores.
Por sua vez, Merlin, ou seja, Raúl, com uma tristeza de pai que perde o seu filho, acaricia as barbas e o bigode de Nirumbé numa tentativa de lhe fazer voltar o riso à boca bem escancarada, num esforço de o compensar da sua perda.
De repente, uma chuva oriunda dum céu polvilhado de nuvens irrompe das sombras negras como que solidárias com a mágoa daqueles dois.
Raúl fica muito quieto, e enquanto a roupa se encharca olha desalentado Nirumbé que se vai descolorindo, amolecendo, transformando-se em papa amorfa de cartão, papel e tinta.
Pelas pedras da rua, um rio de cor forma um charco de lágrimas, vermelhas.
Raúl e David observam as suas mãos vazias sentindo de novo o sol a querer brincar ao carnaval, e sussurram como mágicos que não são: Sassai Nirumbé…Sassai, Nirumbé…


escritora 
Bernardete Costa, 2012.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A Flor de Abril


REVOLUÇÃO DE ABRIL

Quando saía da escola, o João ia à oficina do pai que pintava quadros.
O João, quando entrava lá, ficava feliz porque havia muitos mistérios.
O pai de João, certo dia, pintou um quadro diferente.
Era uma espingarda com uma enorme flor vermelha muito viva.
Era o cravo da história da nossa liberdade, do 25 de Abril, do dia que nasceu em Portugal.
O pai do João começou a falar dos tempos de antigamente, quando o nosso país era diferente.
Nessa altura, se as pessoas não gostassem do governo, tinham de ficar caladas. Muitos não gostavam e, por isso, eram presos.
Dizem que em Portugal e em Espanha, as ditaduras duraram mais tempo.
O pai do João fazia gestos largos e abraçava o ar como se estivesse a agarrar o mundo. Portugal era, cada vez mais, um país atrasado e triste.
O pai do João ficou algum tempo calado e triste, de olhos postos no quadro.
Tínhamos uma guerra nas colónias que hoje são países onde se fala português, Angola, Moçambique, cabo verde, Guiné-Bissau, e são Tomé e príncipe. Os povos de África queriam mandar nas terras que já tinham sido dos pais, dos avós, dos pais dos avós.
Em 1974 os portugueses viviam ainda na mais longa ditadura que durava quase há cinquenta anos.
No dia 25 de Abril de 1974 foi a ”Revolução dos Cravos”. Salgueiro Maia foi o grande herói do 25 de Abril. As tropas devolveram Portugal a todos os portugueses.
O pai do João foi a um armário e tirou de lá uma revista, muito velhinha, com as folhas um pouco amarelas. Quando a abriu estava cheia de fotografias a preto e branco, como a televisão daqueles tempos.
Para se fazer uma revolução, tem de haver muita gente do mesmo lado. O 25 de Abril tinha sido só um golpe do estado. Os militares tomaram o quartel do Carmo sem que um só tiro fosse disparado. Marcelo Caetano soube que não mandava mais, rendeu-se e entregou o poder a um general chamado António de Spínola, que veio a ser presidente da república.
Em 25 e Abril, o país acordou para uma vida diferente. A liberdade era uma coisa nova, as pessoas tiveram de se habituar a ela devagarinho.
Essa é a maior lição do 25 de Abril. “Um dia, também tu vais ter o poder de decidir com o teu voto, o que queres para o nosso país.
Disse o pai ao João. E acrescentou: “Se não o fizeres, os outros vão decidir por ti equando os outros decidem por nós, não somos livres”.

Resumo do livro
 “A flor de Abril - uma história da revolução dos cravos”
de Pedro Olavo Simões.

Cláudia Franco
Grupo 4